FILME

Dom Kultury Śródmieście, ul. Smolna 9

Apresentação do Filme às 19:30

"Brava gente brasileira"

 

Estreia: 2000, Produção: Brasil, Portugal Direção: Lucia Murat

"Tradução e legendas:

Fundacja Lusorizonte"

Lúcia Murat no seu filme “Brava Gente Brasileira” (o título é uma citação do hino independentista brasileiro que esteve em vigor até 1890), apresenta novamente a história do Brasil. A conquista do Novo Mundo e a colonização dos índios pelos portugueses é por ela apresentada numa perspetiva pós-colonial crítica. O enredo principal do filme é uma história do encontro de Diogo Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, astrónomo, cartógrafo e biólogo, e Anote, índia do povo Kadiwéu.

Na realidade Lúcia Murat, sob pretexto de uma história estereotípica de um conquistador branco e uma mulher indígena subordinada a ele, analisa ao pormenor o choque de dois mundos, de lógicas, mentalidades e atitudes vitais distintas. Os europeus expansivos e os índios heroicos – assim interpretamos nos primeiros momentos o tema principal do filme, mas Lúcia Murat quer mostrar muito mais. Junta os portugueses de várias classes sociais, por ex. o cientista Diogo com Pedro, ex criminoso que conseguiu o título de capitão procurando uma resposta às eventuais acusações dos defensores da conquista: é impossível que todos os brancos sejam ruins. Murat consegue enquadrar a brutalidade dos portugueses e a hipocrisia religiosa na categoria de herança histórico-cultural e de especificidade civilizacional e pluralidade.

A intenção da realizadora é claramente entendida por comparação com as tradições do povo Kadiwéu apresentado no filme. Os hábitos dos Kadiwéu, não entendidos pelos portugueses, desumanos e contrários às leis cristãs, criam na realidade um ecosistema que funciona perfeitamente, uma cultura coesa baseada na empatia e no humanitarismo, reconhecidos pelos europeus só passados alguns séculos (por ex. a atitude dos índios para com as pessoas homossexuais ou trans-gender).

 

 

(Descrição: Fundacja Lusorizonte).